•A Umbanda tem Fundamento e é COISA SÉRIA, PARA QUEM É SÉRIO OU QUER SE TORNAR SÉRIO. Umbanda é bo

•A Umbanda tem Fundamento e é COISA SÉRIA, PARA QUEM É SÉRIO OU QUER SE TORNAR SÉRIO. Umbanda é bo
•A UMBANDA TEM FUNDAMENTO E É COISA SÉRIA, PARA QUEM É SÉRIO OU QUER SE TORNAR SÉRIO.
Obrigado, meu Deus, pela fé que me sustenta, Pelos amigos que fiz E continuo fazendo. Obrigado, meu Deus, Pelas bençãos de Ogum, Pela proteção de Iemanjá, pelo amor de Oxum. Obrigado, meu Deus, Pela força de Iansã, Pela retidão de Xangô, Pelo colo de Nanã. Obrigado, meu Deus, Pelo equilíbrio de Oxosse, Pelas curas de Omulu, pelas cores de Oxumarê. Obrigado, meu Deus, Pelas folhas de Ossãe, Pelas Crianças que enchem de alegria nossos Terreiros, Pela amizade dos Boiadeiros. Obrigado meu Deus, Pela humildade dos Pretos-Velhos, Pelas Almas Santas e Benditas, Pela cumplicidade de Exu e Pomba Gira. Obrigado, meu Deus, por fazer de mim um instrumento da Tua vitória. Até aqui o Senhor me ajudou! Deus salve a Umbanda!
Ney Rodrigues

RADIO C.E.A.B.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011


UMBANDA: UMA ROSA NO JARDIM DE DEUS
Umbanda, preciosa rosa que nasceu do jardim de Deus.
Uma rosa que, numa roseira do altíssimo, vem nos proporcionar seu perfume a suavidade de suas pétalas.
Contudo, para que essa rosa desabroche na sua vida, é imperioso que antes tenha a capacidade de compreender a existência dos espinhos e a extensão de seu caule, vislumbrando-a como uma jornada a ser trilhada...longa, cansativa, mas que ao seu final, encontraremos a famosa suavidade, a veludez das pétalas e seu perfume inebriante.
Essa veludez é o bálsamo dos Orixás e dos Guias, ofertados por Deus, que vem nos envolver, confraternizando conosco, onde os Orixás junto à sua divinal irradiação e os Guias, com sua amizade e sabedoria, transmutam o nosso viver, colocando-nos, definitivamente no rol daqueles que compreenderam a filiação divina a que pertencemos. Vem nos mostrar não que basta sabermos que temos um Pai Celestial, ma sim que somos Filhos deste Pai amantíssimo e por conta disso, caminhamos debaixo de Sua retidão e amor, conforme a sua imagem e semelhança. Ousando viver como Jesus nos ensina quando o Príncipe da Paz nos diz “sede perfeitos como o Vosso Pai Celestial é perfeito”.
Essa veludez é o regaço abençoado dos que trabalharam, da primeira à última hora em prol de um verdadeiro bem e não apenas de seus propósitos, de seus achismos e vaidades mais íntimas, exteriorizadas justamente no momento em que, como João Batista, temos que diminuir para que Ele cresça. Ou seja, no regaço daqueles que viram cada irmão, indistintamente, como seu próximo, independente de credo, raça, sexo ou qualquer sintoma de diversidade que é permitido ao homem, devido ao Livre Arbítrio. Livre Arbítrio esse que é tão vilipendiado pelo homem, invadindo o alheio e julgando-o como se fosse um pretenso juiz apontando o caminho da forca ao réu que nada fez a não ser ter o direito de pensar diferente. Livre arbítrio esse que é dado por Deus para cada um de nós, seres existentes e criados à sua imagem e semelhança., contudo, ampla e infinitamente respeitado por Ele. E o homem que constrói seu Deus à sua imagem e semelhança, fazendo dele joguete de seus interesses, corrompe o livre arbítrio, a individualidade de outrem e o ataca, abatendo-o moral e emocionalmente, pelo simples e fatídico desejo de discordar e querer ser melhor.
Aqueles que lutam pelo poderio das massas, que julgam, apontam e detonam a discordância, propagando suas fagulhas venéreas pelo ar que respiramos, dificilmente poderão sentir a veludez dessa rosa. Não agora, mas tarde com certeza...talvez bem mais tarde, uma vez que há demasiada quantidade de espinhos no correr do caule para ensiná-los o caminho da humildade, da compreensão e da identificação com quem quer que seja, uma vez que fomos criados simples e ignorantes, visto em total igualdade por Deus, que nos ama eternamente por igual.
Aqueles que dizem que tudo é seu, que arvoram-se e argumentam o que é meu e o que não é de ninguém, passam como as águas de um rio, envolto em pieguice melancólica, pois achando que algo lhes pertencem, a vida vem e lhes ceifa a seiva do viver, podando-o na romagem encarnatória do que mais achava ser importante para que aprenda a caminhar dentro das sandália dos humildes e lavar os pés sujos dos que  caminham preocupados em chegar a Deus. Jesus lavou os pés dos apóstolos e o homem cospe no caminho onde esses pés pisarão para atingir a glória da evolução. Não acharão tão fácil o reino dos céus, consubstanciado aqui, nas pétalas da humilde e singela flor que dá nome ao texto.
Esses estarão ainda arraigados ao espinhaço da ignorância, feridos pelos pontiagudos equívocos cometidos e, tal qual a causa e efeito divinal, se tornam nossa própria espada da lei, empunhando-nos sua lâmina dilacerante, a fim de que mortos sejam os familiares que mais mamamos, nossos maus hábitos. E ao mesmo tempo que dilacera, aponta a caminhada a ser seguida, ardida como a urtiga que coça e faz gemer, a fim de que pelo caminho escolhido, dos espinhos perfuradores de egos centristas em si mesmos, possam aprender que a rosa lhes ama, mas lhes quer puros e vibrantes de coração.
Passar pelos espinhos é regra incondicional do ser humano, é imperioso que se vare esses espinhos e sigamos celeremente ao encontro das pétalas. Contudo, estacionar entre os espinhos é opção triste e enfadada do mesmo homem que, mesmo cansado da roda das encarnações, ainda se apega aos seus delírios psíquicos, achando-se mais realista que o rei, aprisionado em sentimentos escusos, afinando-se à história bíblica, onde, como Adão, ousou um dia, diante da árvore do bem e do mal, ser igual ou maior que Deus.
Pobre homem, pois este se torna o próprio espinho, pois fere os seus com sua amargura e infelicidade... e, diante da Lei, ao ferir e ferir-se, responderá sem dor ou piedade, mas com tamanha justiça, pelos seus atos cometidos.
Vamos sentir o perfume dessa rosa o quanto antes... vamos deixar que ele nos inebrie, fortalecendo o ânimo e renovando nossos valores. Opiniões e comentários passam a ser lamúrios de viúvas quando nos apegamos à matéria vivente e esquecemos do espírito crescente. Contudo, quando consolidarmos no nosso coração que tudo passa, que atos e falas banais de uma arte de 5ª categoria são passageiras e corriqueiras experiências, estaremos livres da mesquinhez que nos atola na terra molhada, sempre que pensarmos que já galgamos por muitas léguas o caule da dita rosa.
umbanda é uma rosa... não podemos essa rosa com nossa insensatez, criando em nós os espinhos que ferem aqueles que querem aurir dessa rosa a sua mensagem de libertação. Periga sim, sermos nós os podados pela Lei e perdermos assim, mais uma dentre tantas, a oportunidade emblemática da encarnação.
Cultivemos essa rosa nas nossas vidas, mas por favor, nunca achando que a sua rosa é mais perfumada que a do vizinho, pois muitas vezes é você quem tem um sério problema de olfato.
Que essa linda rosa que, como diz o ponto, “quem nos deu foi Oxalá”, perfume suas vidas e as faça linda, cativante, sedutora, aparentemente frágil pela sensibilidade natural da pétala, mas experiente e segura devido a tantos espinhos vencidos, e madura tal qual a raiz forte que sustenta mais essa beleza da natureza. Essa raiz é Deus.
Axé.
Sete Encruzilhadas
(Obra Psicografada)




Umbanda, Meu Caminho
(Marcilene Lima)

Não direi mais "não posso", pois Ogum me trará a persistência, determinação e tenacidade para conseguir.
Não direi mais "não tenho", pois Oxossi me dará a energia vital para trabalhar e obter.
Não direi mais "não tenho fé", porque Omulu me ensinará acompreender e aceitar meu karma.
Não direi mais "sou fraco", porque Oxum me trará equilíbrio emocional, Iemanjá a auto-estima e Iansã clareza de raciocínio para que eu entenda as minhas limitações.
Não direi mais "não sei", pois Xangô me trará o conhecimento, para que eu o use com discernimento e justiça.
Não direi mais "estou derrotado", porque aprendi com cada entidade da Umbanda que nada supera a força de sermos filhos de Deus.
Não direi mais "estou perdido", pois encontrei a Umbanda, que com a luz do amor e da caridade, iluminou minha alma e me deu um caminho. 



Conduta de um Médium





O sucesso dos trabalhos efetuados em uma sessão espiritual depende, em grande parte, da concentração e da postura de médiuns e assistentes presentes.Os templos umbandistas são locais sagrados, especialmente preparados para atividades espirituais, e que têm sobre seus espaços uma cúpula espiritual responsável pelas diretrizes básicas de amparo, orientação e segurança daqueles que, ou buscam ali a solução ou o abrandamento de seus males, ou dos que emprestam sua estrutura física para servirem de veículos à prática da caridade.Apesar disto, alguns participantes julgam que, por tratar-se de culto de invocação, não se deve dar a devida atenção e respeito, sendo tais virtudes ausentes nestes indivíduos. Respeito, palavra que muitos bradam quando são contrariados, mas que cai no esquecimento daqueles que muito ofendem.Temos visto, para nossa tristeza, que alguns dirigentes de terreiros deixam muito a desejar no que se refere ao assunto em pauta. Permitem que pessoas de má índole façam parte de seu quadro mediúnico; permitem aconchegos e conchavos; são muito tolerantes ao permitirem ingressar no salão de trabalhos pessoas com trajes incompatíveis com o que se realiza ou pretenda realizar. Permitem conversas paralelas, algazarras, exibicionismos, bajulações etc., esquecendo-se que tais comportamentos atraem e "alimentam" os kiumbas desqualificados, que, aproveitando-se das vibrações negativas emanadas por estas pessoas, desarmonizam e quebram a esfera fluídica positiva, comprometendo assim os trabalhos assistenciais.Devemos lembrar que o silêncio e a pureza de pensamentos são essenciais ao exercício da fé.Temos observado também que alguns assistentes, e mesmo alguns médiuns, dirigirem-se desrespeitosamente aos espíritos trabalhadores. Debocham de suas características e duvidam de sua eficiência. Entretanto, quando passam por uma série de sofrimentos físicos e espirituais, tendo recorrido inclusive a médicos, sem êxito, recorrem àqueles mesmos espíritos que outrora foram alvos de sua indiferença.Restabelecidos, atribuem sua melhora ao acaso.Que Deus na sua infinita misericórdia, abra estes os corações brutos à preciosidade dos trabalhos de Umbanda.Devem, médiuns e assistentes, observar o silêncio e o pensamento em situações ou coisas que representem fluídos do bem. Este procedimento tem como conseqüência a imanação energética com os espíritos, decorrendo daí o derramamento sobre o terreiro do elixir etéreo da paz e da fraternidade.O que se consegue do mundo astral é, antes de tudo, fruto da bondade e do merecimento de cada um.A conduta reta e positiva deve ser a tônica em uma agremiação umbandista, para que os Guias e Protetores possam instalar no mental e no coração de cada participante sementes de bondade, amor e proteção. A homogeneidade de pensamentos é instrumento de poder do ser humano, rumo à concretização de seus desejos, sendo fundamental que se apresentem límpidos e sinceros em uma Casa de Umbanda.

Que Oxalá nos abençoe

Orgulho em vestir o branco

Todos os dias, ao nos prepararmos para sair à rua nos deparamos com a inevitável questão: O que vestir?  Ao que a maioria de nós equaciona com um “bom senso” particular.
As regras da sociedade em que vivemos ditam que existe uma roupa apropriada para cada ocasião. Se vamos nos divertir, procuramos algo confortável, despojado; se nos dirigimos ao trabalho, algo que nos dê uma aparência mais sóbria e seja condizente com a função que exercemos. Até aí, é senso comum.
Mas o que acontece quando estamos nos preparando para participar de um trabalho de Umbanda?
Servir como médium num Templo, na maioria dos casos exige que se use roupa branca. Nada espalhafatoso. Apenas peças simples, discretas, na cor branca. Algum problema? Parece que sim.
É muito comum que os vestiários dos Templos fiquem muito movimentados antes do início dos trabalhos porque a grande maioria dos médiuns preferem se vestir lá. É claro que há as mais variadas razões:  alguns vêm diretamente do seu local de trabalho ou estudo, outros utilizam o transporte público e temem que a roupa possa sujar, e ainda há outros que preferem não sair de branco na rua.
Não é de hoje que as cores ou a forma de se vestir identifica um determinado grupo. Na sociedade hindu, há séculos a cor dos sáris identificam a divindade de devoção da pessoa. No mundo todo, as mulheres muçulmanas ocultam seus cabelos sob véus escuros, assim como os padres católicos utilizam suas batinas sobre as quais são colocados os paramentos que identificam a hierarquia e a natureza dos seus rituais. Dentro desse contexto, umbandistas vestem o branco.
Não haveria muito mais a acrescentar se não se percebesse o incômodo que muitos irmãos sentem em apresentar-se como umbandistas. Se o nosso país é laico, isto é, nos garante constitucionalmente a liberdade de credo e religião, que mal há em ser identificado pela religião  que professamos?
Existe um adágio que afirma que todas as religiões chegam ao Pai Maior através de caminhos diferentes. A Umbanda se caracteriza pelo  Amor e Caridade, que, ao que se sabe, são sentimentos universais de fraternidade que não deveriam envergonhar quem os aplica em sua vida prática.
Há quem atribua “sua discrição” para evitar a intolerância por parte de outras pessoas, o que, diga-se de passagem, é crime  e tem sanção penal prevista.
Cada ser humano tem características físicas próprias, que o tornam único e não é incomum encontrar pessoas que se sintam inferiorizadas por fugir ao que é considerado “padrão”.
Somos diferentes, sabemos que os demais são diferentes, e naturalmente,  aquilo que não faz parte do nosso dia a dia nos desperta a curiosidade.
Quem nunca passou por uma freira, e ainda que rapidamente, não olhou detidamente seu hábito? Então, por que se sentir discriminado quando se destaca dos demais ao vestir o branco? Umbandista, sim. E daí?
Será que o preconceito é mesmo dos outros? Será que não é você que não conhece suficientemente os fundamentos da sua religião e não consegue identificar- se com ela?
Assim como o hindu ostenta seu sári, as muçulmanas seus véus e os padres sua batina, vestir-se de branco para o umbandista deve ser motivo de orgulho e não resignação.  
Vestir o branco representa orgulhosamente hastear a bandeira da Umbanda, e externar sua fé nos seus Sagrados Orixás.
É um orgulho que vem da sua convicção em estar fazendo algo em benefício do seu semelhante e conseqüentemente agindo em favor da sua própria evolução.
Afinal só evoluímos quando nos aceitamos plenamente. Física e espiritualmente.

(por Laura Carreta dos Santos – extraído do Jornal de Umbanda Carismática - JUCA edição 003

Ser médium
(autor desconhecido)

Ser médium é:
Ser dono de suas obrigações e de suas responsabilidades.
É dividir com o próximo o dom que se manifesta em você de forma natural.
É fazer pelo próximo muitas vezes aquilo que você não consegue fazer por si mesmo.
É ser alívio para as horas de dor.
É ser amparo para os desesperados.
É ser caminho para os perdidos.
È ser telhado para os desabrigados.
É ser luz no meio das trevas.
É ser trevas em busca de luz.
É ser único no meio da multidão.
É ser multidão em busca do Um.
É perder para ganhar.
É ganhar para perder.
É sorrir com vontade de chorar.
É chorar sorrindo.
É gritar no meio do silêncio
É fazer silêncio gritando.
É ser espinho a procura de uma rosa.
É ser uma rosa sem espinho.
É pedir ajuda ajudando o próximo.
É pedir ajuda sem ser ajudado pelo próximo.
É ser o próximo sem ser ajudado por ninguém.
É ser ninguém no meio da dor, da raiva e do ódio.
É ser ninguém pelo trabalho de alguém.
E mesmo sendo ninguém é fazer parte da criação,
se portando como um bem divino que mesmo não tendo nada,
que mesmo não sentindo nada, que mesmo não pedindo nada,
que mesmo não ganhando nada, ainda pede pelo próximo,
ainda sente pelo próximo e nada ganha pelo próximo.
Sendo tudo isso, nada sou, nada sinto e nada tenho, 
pois me chamo médium.
Vivo com a cabeça na luz e os pés nas trevas.
Sou fruto do meio e a ele não temo,
sou semente do Criador e a Ele amo e respeito
pela vida e na vida daquele que eu chamo de Senhor do meu destino.




Queria ser médium ...
(CHICO XAVIER)

Ele queria ser médium...
pôs então a procurar
o que fosse de melhor
em companhia e lugar.

Exigia equipe culta
queria um grupo a preceito,
em que o trabalho de pronto,
surgisse claro e perfeito.

E começou a jornada
para a exata descoberta,
sem achar a casa certa.

Aqui, notava ciúme,
ironia e desapreço
nessa ou naquela pessoa
que o feriam de começo.

Ali, encontrava um médium
que conhecera na praça,
com quem há tempos bebera
muito copo de cachaça.

Além,  vira um conhecido
que tivera luta feia...
fora rapaz de mão grande
com passagem na cadeia.

Mais além, ouvia queixas
e lindas notas em vão,
orgulho, rixa, revolta,
barulho e condenação.

Certa noite, repousou,
cansado de insegurança.
estava desanimado
perdera toda esperança.

Mas desligado do corpo,
no mesmo quarto em que estava
notou-se a frente de um guia:
o mentor que mais amava...

- Ah! meu guia!...  , ele clamou, 
trago a mente em desalinho,
quero servir a Jesus
mas não encontro caminho...

Que fazer amigo amado?
por onde a luta me leva?
qualquer grupo que visito
demonstra sinais de trevas...

O guia disse bondoso:
depois de estender-lhes as mãos:
- filho recorda Jesus
não veio curar os sãos.

Cala-te e volta-te ao serviço
de coração satisfeito.
Quem segue o Divino Mestre
Não vê mancha nem defeito.

Se queres irmãos no mundo,
sem o mínimo labéu ...
isso é no grupo dos anjos
e os anjos moram no céu.



Mediunidade & Autoconhecimento
(Maísa Intelisano)

Mediunidade é a capacidade de entrar em contato com outras consciências ou espíritos, encarnados e desencarnados, e transmitir-lhes o pensamento, os sentimentos, as idéias e as sensações, sob as mais variadas formas. E médium é todo aquele que tem esta capacidade, em maior ou menor grau. Embora haja outras variações para estas definições, muitas válidas, estas são as mais conhecidas e as mais relevantes para o assunto que pretendo tratar.

Captando e transmitindo pensamentos e sentimentos que vêm de fora de si mesmo, o médium trabalha, o tempo todo, com o que não é seu, com o que não lhe pertence e nem nasce dentro dele. Ele trabalha, principalmente, com os conteúdos de outras mentes que, aproveitando-se de sua capacidade, tentam se comunicar.

Uma das questões mais presentes nas pessoas que me procuram para o curso de mediunidade é como distinguir o que é seu do que é dos espíritos que se comunicam, como saber se o que está sendo transmitido não é conteúdo do próprio médium, e não das consciências ou entidades que se comunicam por intermédio dele, especialmente porque se sabe que mais de 70% dos médiuns hoje permanecem totalmente conscientes durante o fenômeno.

As entidades que se comunicam por um médium podem mudar e variar muito de um trabalho para o outro, sendo quase impossível prever com exatidão quem irá se comunicar a cada oportunidade ou que tipo de conteúdos surgirão a cada trabalho. E esta questão se complica ainda mais quando pensamos na sintonia, pois nenhum fenômeno mediúnico ocorre sem que haja uma boa dose de similaridade, de afinidade entre os conteúdos do médium e da entidade comunicante, para que as idéias transmitidas sejam melhor compreendidas e repassadas pelo médium.

Como saber, então, com segurança, o que é do próprio médium e o que vem da entidade? Como distinguir entre coisas, às vezes, muito parecidas, passando pelo mesmo canal? Além disso, como manter-se isento e imparcial nas comunicações, quando, muitas vezes, o que chega mobiliza o médium profundamente, tocando seus sentimentos e emoções de maneira mais intensa?

Só podemos distinguir coisas quando as conhecemos bem, quando as reconhecemos, quando as identificamos com certa facilidade. Não é possível, portanto, ao médium, distinguir os seus conteúdos dos conteúdos das entidades comunicantes se ele não conhecer algo desses conteúdos, para poder identificá-los, compará-los e separá-los adequadamente.

Não podendo controlar os conteúdos que lhe chegam, ao médium não resta outra opção a não ser trabalhar naquilo que está mais próximo dele, sobre o que ele tem muito mais controle e com o que está em contato 24 horas por dia, 7 dias por semana: ele mesmo, seus conteúdos, suas questões, seus padrões, sua luz e sua sombra.

Um bom médium, portanto, além de dominar o fenômeno e as técnicas, precisa conhecer a si mesmo em profundidade, precisa trabalhar constante e cuidadosamente o autoconhecimento. Um bom médium, antes de se entregar aos fenômenos, precisa saber quais são as suas próprias dúvidas e questões, as suas dificuldades e limitações, as suas qualidades e necessidades, para, só então, poder transmitir, com segurança, aquilo que lhe chega de outras mentes, por intermédio de sua própria capacidade de comunicação psíquica, sem o receio de estar misturando o que é seu com o que é de quem se comunica ou de estar interferindo na comunicação.

Por isso, sempre friso muito nos meus cursos que estudar e praticar mediunidade é, antes de tudo, um trabalho de autoconhecimento, um estudo interno profundo, que deve nos colocar cara a cara com tudo o que somos, com tudo o que sabemos e, principalmente, ainda não sabemos de nós mesmos.

Não entendo que seja possível ser um médium consciente, responsável e equilibrado se não houver autocontrole sadio das próprias emoções, se o médium não for capaz de olhar para si mesmo com autocrítica saudável, se não houver disposição sincera para reconhecer as próprias características, trabalhando aquelas em que se percebe desequilibrado ou confuso, limitado ou incômodo.

Num transe mediúnico, o médium entra em contato profundo com muito do que as entidades sentem e pensam, e precisa estar seguro do que ele próprio pensa e sente, para não se deixar confundir ou mesmo enganar nos trabalhos que irá fazer.

Não se trata apenas de vigilância, ou de apenas observar, mas de reconhecer o que se pensa e sente, por que isso acontece, o que isso nos causa, em que circunstâncias acontece, etc.

Também não se trata de moralismo, de acomodar atitudes ao que outros determinaram ser a melhor conduta, de seguir preceitos morais religiosos, mas de consultar a própria consciência em busca da verdade sobre si mesmo, em busca da essência do ser, em busca daquilo que realmente identifica cada um de nós, independentemente de rótulos, crenças, conceitos filosóficos, etc.

Quando um médium se conhece, ele não teme o contato com outras mentes, pois está seguro do que está dentro dele e não será facilmente desviado, desequilibrado ou enganado. Quando ele não se conhece, no entanto, fica perdido em meio ao fluxo de sentimentos, emoções e pensamentos que lhe chegam e pode ver-se perturbado tentando separar o que percebe, ou questionando-se sobre o que está acontecendo com ele.

O estudo e o exercício da mediunidade, portanto, exigem autoconsciência, auto-análise, autocrítica, observação constante de si mesmo, não como juiz ou carrasco, mas como testemunha lúcida e fiel do que se passa interiormente, pronto para atuar naquilo que for necessário para melhorar-se, quando solicitado.

Mediunidade é meio de comunicação. E toda comunicação fica muito prejudicada quando há ruído, quando o sinal não é forte, quando o meio que a transmite não consegue ser fiel, imparcial e ético na sua função. O médium que cuida de manter isolados, embora não escondidos ou anulados, seus conteúdos, mantém limpos e calibrados os seus canais de comunicação, garantindo recepções e transmissões de qualidade, tanto para ele quanto para quem se comunica através dele.

Mediunidade é intercâmbio de idéias, sentimentos, pensamentos, emoções e sensações e, quando está ciente disso e de seus próprios conteúdos, o médium consegue não só receber informações e orientações importantes para si mesmo e os que o acompanham, como também pode colaborar com os seus próprios conteúdos, conhecimentos e experiências, ajudando os que o buscam para a comunicação, fazendo da mediunidade uma troca rica e construtiva.

Mediunidade é serviço de integração de dois mundos - ou, quem sabe, mais até - que funcionam de forma diferenciada, em freqüências distintas, com diferentes características e peculiariedades. E o médium que sabe disso e procura conhecer a contento essas diferenças, bem como as semelhanças que existem, consegue acompanhar todo fenômeno de forma lúcida e com grande discernimento, sem se deixar afetar negativamente por aquilo que lhe chega.

Mediunidade é oportunidade de trabalhar pelos outros, mas, antes de tudo, por si mesmo, estudando-se e aplicando aquilo que aprende nas comunicações em sua própria vida.