•A Umbanda tem Fundamento e é COISA SÉRIA, PARA QUEM É SÉRIO OU QUER SE TORNAR SÉRIO. Umbanda é bo

•A Umbanda tem Fundamento e é COISA SÉRIA, PARA QUEM É SÉRIO OU QUER SE TORNAR SÉRIO. Umbanda é bo
•A UMBANDA TEM FUNDAMENTO E É COISA SÉRIA, PARA QUEM É SÉRIO OU QUER SE TORNAR SÉRIO.
Obrigado, meu Deus, pela fé que me sustenta, Pelos amigos que fiz E continuo fazendo. Obrigado, meu Deus, Pelas bençãos de Ogum, Pela proteção de Iemanjá, pelo amor de Oxum. Obrigado, meu Deus, Pela força de Iansã, Pela retidão de Xangô, Pelo colo de Nanã. Obrigado, meu Deus, Pelo equilíbrio de Oxosse, Pelas curas de Omulu, pelas cores de Oxumarê. Obrigado, meu Deus, Pelas folhas de Ossãe, Pelas Crianças que enchem de alegria nossos Terreiros, Pela amizade dos Boiadeiros. Obrigado meu Deus, Pela humildade dos Pretos-Velhos, Pelas Almas Santas e Benditas, Pela cumplicidade de Exu e Pomba Gira. Obrigado, meu Deus, por fazer de mim um instrumento da Tua vitória. Até aqui o Senhor me ajudou! Deus salve a Umbanda!
Ney Rodrigues

RADIO C.E.A.B.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

PERGUNTA: A incumbência de dirigente de Umbanda, como denominam popularmente de Pai ou Mãe de terreiro, é carma ou mérito?


VOVÓ BENTA: Nega véia costuma dizer que a maioria dos presentes que ganhamos tem o papel do pacote mais bonito do que o conteúdo. E esse é um deles. O médium que recebe da espiritualidade a missão de dirigir um agrupamento de outros médiuns, o faz, em primeiro lugar por necessidade de evolução e em segundo lugar porque possui a confiança daqueles que lhe dão tal incumbência.

Vamos falar daqueles que receberam a missão do plano espiritual, projeto realizado antes de sua encarnação na terra e não daqueles dirigentes " feitos" em cursos.

Tarefa mediúnica das mais difíceis e que exige dedicação total daquele espírito reencarnado, além de dose extrema de paciência, perseverança, humildade e amor. Mas ao mesmo tempo, exige dele também pulso firme e forte personalidade para impossibilitar que sua colheita seja prejudicada pela invasão das pestes.

A dificuldade de cumprir a tarefa de dirigente sempre se acentua dentro do terreiro, com os médiuns e muito pouco na caridade com o povo. Todo médium de tarefa, é um ser encarnado para curar seu espírito endividado e o terreiro é o hospital onde vai se internar por um longo tempo de sua vida na terra. Sabemos que a maioria dos pacientes são impacientes, não é mesmo? E aí é que complica!

O dirigente também não deixa de ser um doente que além de se tratar, agora pode estagiar ajudando aos médiuns de sua corrente " hospitalar". Isso não o coloca como um semi-deus perfeito do qual não se admitem mais erros, muito menos como alguém que tudo pode, em qualquer hora e em qualquer situação.

Dele será exigido posturas mais firmes bem como entendimento mais apurado. Ele deverá se aprimorar constantemente com estudo e reforma íntima, exigindo da corrente igual compromisso. Tais posturas serão necessárias em função do tamanho de sua responsabilidade e dentre elas está a de cortar o mal pela raiz, priorizando sempre a corrente como um todo, sem privilégios a quem quer que seja.

Ao assumir tal posto diante da espiritualidade, antes de reencarnar, já estará consciente de que sua vida não será " comum" e que certamente terá que abdicar de muitas coisas materiais, em favor do lado espiritual.

O termo Pai e Mãe agracia o médium com a postura de se colocar como tal, amparando, educando e auxiliando a corrente como verdadeiros filhos de seu coração. Tarefa mais difícil ainda, pois esses " filhos" não vieram de seu ventre e não nasceram ontem. São adultos, viciados e com personalidade formada. Cada um com seus egos aflorados, com suas necessidades de reformulação e o fato de portarem a mediunidade, já os qualifica como devedores em potencial.

E certamente, reeducar um adulto é muito mais difícil do que educar uma criança. É pepino torto. Observo nos terreiros por onde ando que muito se exige do dirigente e muito pouco se retribui. Falta nos médiuns, desde respeito até aquilo que os deveria mover dentro da corrente, que é amor. Humildade então, meus filhos, é coisa rara. Em compensação sobra bajulação, geralmente usada como meio de se fazer preferido na corrente.

Nega véia costuma dizer que criança que se cria como bibelô, como tal vai quebrar quando adulto. Todo aquele que não teve rédea firme na infância para domar suas más tendências, vai chegar no terreiro e expô-las de modo a perturbar a ordem do lugar. Hora e vez de impor as leis que regem a Casa, independente do que possa pensar a respeito disso, o médium em questão. Se mesmo indisciplinado, tiver algo de humildade, vai receber o chamamento como aprendizado e ali vai crescer, mas se pelo contrário, além da indisciplina prevalecer nele a arrogância e o orgulho, acolherá como ofensa e infelizmente, o remédio é amargo para essa doença.

A tarefa é tão árdua que muitos desistem na metade da caminhada, outros se corrompem, mas, ainda bem que uma grande maioria volta à casa com sua coroa iluminada pela luz do dever cumprido e a estes, o mérito de conseguir dar um salto em sua evolução.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

O preparo é essencial!


Atualmente, muitos médiuns sedentos pelas alegorias tentam ingressar na espiritualidade movidos pelo fascínio do fenômeno da incorporação, despreocupados ou diria "despreparados" com a questão doutrinária.
Rememoramos aqui a época de Atlântica e Lemúria, onde um iniciado começava sua trajetória iniciática aos 7 anos de idade e a concluía por volta dos 40 anos, onde se devidamente preparado se encontrava apto para conduzir os mistérios que a ele foram confiados.

Hoje a alegoria toma a frente antes do preparo e isso abre o palco dos exageros vistos em diversas vertentes religiosas, principalmente as que valorizam o sagrado ato da incorporação.

Um Avatar, antes foi um aluno dedicado que se preparou e se dedicou as oportunidades de aprendizado que permitiram seu amadurecimento espiritual.
Muitos médiuns hoje, abominam o estudo e acima de tudo a lógica dos seres "extrafisicos" que dizem receber, mas o espetáculo que presenciamos dentro de alguns locais nos levam a crer que muitas destas manifestações não passam de "animismo" ou muitas vezes infelizmente " exteriorização" de algo que já se levava dentro de si.

Colegas de jornada, Deus nos da uma grande oportunidade no aprendizado, pois ele nos permite estarmos devidamente preparados para as responsabilidades que iremos assumir.

Caridade não se pratica somente com ato da incorporação, diríamos que a mesma se expande de forma mais ampla em nossos pensamentos que se estendem nas atitudes de nosso cotidiano.

Dentro da atividade mediunica, valorizemos a oportunidade de aprendizado com o preparo essencial para cumprimos nossos compromissos com o mais alto.
A árvore antes de estar preparada para dar seus frutos, tem 12 meses de jornada para prepara-los e antes originou-se de uma simples semente.
Tudo na vida tem seu momento certo e para que tudo dê certo, se faz necessário que abandonemos a preguiça e o descaso com as coisas sagradas e se desejamos seriamente servir aos propósitos mais elevados saibamos que sem preparo nada acontece como previsto.

Reflitam e saibam que o ato de incorporar espíritos se feito com irresponsabilidade só nos aumenta nossa conta carmática,a antes devemos nos preparar com estudo, bom senso e acima de tudo, espírito voltado para a caridade.

"Quando o trabalhador esta pronto, o trabalho aparecerá"
Zigh
um hindu nas terras do cruzeiro...

O USO DA BEBIDA - POR GUARDIÃO SETH


Pergunta: O pai poderia discorrer um pouco sobre o uso da bebida pelos Exus? É necessário que se beba durante o atendimento? E por que vemos médiuns beberem tanto em alguns trabalhos?

Guardião Seth: Quando falamos da água ardente, pinga, marafo ou qualquer outra denominação para a bebida ingerida durante os trabalhos com o que ainda de forma erronea entendem sobre o termo EXU ou vulgarmente chamados de ESQUERDA, devemos atentar para os seguintes pontos filho:

MÉDIUNS DESPREPARADOS: Sempre abordamos este ponto em nossas reuniões, pois a conotação de que EXU é do diabo cresceu graças a estas figuras dentro dos terreiros que eventualmente também eram casas despreparadas para o mediunato da Umbanda. Na crença de que EXU pode tudo e faz tudo o que quer era levado em conta o EU POSSO TUDO E FAÇO TUDO O QUE DESEJO, então quem frequentava tais reuniões vislumbrava um palco de exagero e indisciplina, beberagem e leviandade levando o nome de EXU o GUARDIÃO, mas na realidade frequentado por dois tipos de seres levianos: QUIUMBAS que encontravam neste cenário o palco ideal para suas manifestações a troco de cachaça e MEDIUNS DESPREPARADOS que colocavam para fora sua vida mal resolvida por dentro e no meio de tudo isso quem pagava o pato? EXU
ELEMENTO VEGETAL: A pinga utilizada nos terreiros nada mais é do que um elemento vegetal que carrega a energia: TERRA, ÁGUA e FOGO pela sua composição e lembrando que no período de formação da cana de açúcar antes que duvidem da palavra deste velho guardião encontramos a ação FOGO no vento solar que fatora todo nosso planeta. Utilizada como elemento de magia não se faz necessário beber-se durante o atendimento, mas como disse nas mãos de um guardião de lei, manipular os elementos "mágicos" vegetais que a contra parte deste liquido nos oferece, tornando-o um grande campo de limpeza energética.

Usamos a pinga nos atendimentos para:

*Limpar o duplo etéreo de quem estamos atendendo de parasitas que nele estejam alojados
Desagregar cascões espirituais ligados a pessoa devido a seu padrão vibratório

*Efetuar limpezas energéticas de ambientes promovendo uma energia semelhante ( eu disse semelhante) ao vento solar
Como pode ver filho não existe a necessidade de ingestão da bebida em si, mas a manipulação correta magisticamente do elemento.

Pergunta: Mas por que então vemos tantas pessoas agindo de forma errada?

Guardião Seth: Por que falta estudo, conhecimento de causa e acima de tudo conhecer-se a si próprio. A Umbanda virou um teatro, um palco onde um quer devorar o outro sem motivos, somente por fama ou ainda para agregar titulo " O pai ou mãe tal é poderoso" ou ainda " Somente eu posso iniciar, pois este mistério foi aberto somente a mim...", ora filho a Umbanda é uma religião que cultua a natureza e a mesma pertence ao Criador não ao homem, este só a usa em sua passagem e faz isso de forma leviana, basta ver como ele a esta destruindo.
O que falta é estudo, bom senso e amor a criação, talvez com estas bases possam os MÉDIUNS conhecerem um pouco mais da MAGIA DE EXU e serem mais conscientes de seus atos e compromissos com a Umbanda, deixando de fazer tanta besteira em nome de EXU, mas antes de mais nada levando a bandeira da UMBANDA consciente de sua responsabilidade na formação de opiniões.

Sarava a vossa banda

GUARDIÃO SETH

PALAVRAS DE PAI BENEDITO


Pergunta: Pai por que notamos nos dias de hoje tanto desrespeito dentro de um terreiro com o fundamento sagrado dos Orixás?


Pai Benedito: Primeiro filho devemos lembrar que este desrespeito não é praticando por todos nossos irmãos Umbandistas, encontramos ainda algumas poucas casas sérias na lei de pemba e também que a questão desrespeito sai para fora dos limites de um terreiro chegando a sociedade.
No grau de desenvolvimento moral que a maioria dos terrícolas vivem hoje, se faz necessário que tenhamos a prática de "rédia curta" como ouvíamos o sinhozinho falar com a negraiada na fazenda do engenho, trocando isso pela lei moral o ser humano somente mantem sua disciplina mediante algumas regras.
Necessitamos de assentos coloridos e especias em coletivos e estações de trem, de filas especiais para nos conscientizarmos que o idoso deve ser tratado com preferência devido aos muitos males físicos que acometem estes nossos irmãos.
Existe a lei do uso obrigatório do cinto de segurança, que por incrível que pareça oferece segurança para quem o usa, podendo até salvar sua vida, mas ainda encontramos pessoas que driblam esta lei e o cenário de morte no trânsito soma número razoável de vitimas que não o usavam.
Temos ainda como exemplo, a proibição do consumo de álcool e fumo para menores, mas na maioria das ditas "casas do ramo" esta regra é quebrada por quem vende e por quem compra.
Teríamos meu filho muitos exemplos para dar e tornaríamos esta mensagem em um repositório de lamentações, mas não sendo esta nossa intenção, vamos colocar a nossa pequena visão sobre a questão do desrespeito.
Se encontramos junto ainda na população terrícola uma grande estrada de evolução e aprendizado a ser percorrida, neste caminho encontramos uma aliado da questão do desrespeito praticado pelo ser humano, a vaidade e o orgulho. Quando falamos destas duas palavras filho encontramos o combustível que nos faz enxergar infelizmente em muitos irmãos e irmãs que acreditam que o mundo gire a sua volta e as pessoas que nele vivem são suas subordinadas.
Isso levado a finco, gera uma onda de violência praticada pelo ato da discórdia, da falácia, da fofoca, atos tão pequenos que ainda são alimentados no meio onde meus irmãos e irmãs vivem.
Não podemos tomar como base de evolução a teoria do avestruz que coloca a cabeça dentro de um buraco e deixa o restante do corpo para fora, isso não pode ser comparado com humildade e acima de tudo respeito.
Humildade e respeito, devem ser levados na conta de que devemos compreender que somos irmãos em crescimento e que cada um no seu limite tem sua forma de compreensão, porém nunca esta isento de praticar a lei de sociabilidade e socialização ou a necessidade do homem viver em grupo.
Ainda existe um grande equívoco entre "dirigir e ser dirigido" e isso associado nas questões de sociedade nos mostra filho dois aspectos que gostaríamos de apresentar:

1.Aquele que dirige deve ter cautela com a soberba ou o sentimento negativo caracterizado pela pretensão de superioridade sobre as demais pessoas, levando a manifestações ostensivas de arrogância. Dirigir é guiar pelo caminho que já trilhamos e nunca nos supormos superiores a alguém por esta responsabilidade! Aquele que ensina deve aprender duas vezes, por talvez traga débitos maiores na lei de moralidade dentro de si.

2.Já o que é dirigido deve ter cautela com a pieguice ou a sentimentalidade excessiva e afetação exagerada e às vezes ridícula de sentimentos. Citamos isso justamente por que encontramos filho irmãos nossos que não detém o conhecimento e a disciplina ainda e assim mesmo se julgam sábios! O que não sabem é que caminham em direção ao abismo de seu próprio engano.
Em todas as situações de nossa vida filho, devemos lembrar do conselho de " para aprender se faz necessário ouvir primeiro". Levado em conta a atitude de alguns irmãos de pemba nos terreiros de Umbanda, Candomblé e centros Espiritas, encontramos a lei do orgulho sendo praticada descaradamente. Ler um livro ou ainda fazer uma obrigação a este ou aquele Orixá não nos torna sábios nem melhores do que ninguém, pois em tudo na vida a experiência traz a vivência e um pouco de sabedoria, tendo em conta que nosso planeta azul é uma das "muitas moradas e arriscaríamos escolas evolutivas do Pai"
Quando o ser vivente aprender a "ouvir" e "praticar" o que ouve talvez comece a ficar livre das imposições criadas visando a sua disciplina.
O desrespeito ai filho não é só com o Orixá que é uma das qualidades divinas, mas com o próprio ser humano, com a própria criação.
Gostaríamos de encerrar esta nossa pequena contribuidão com um pensamento daquele que foi, é e sempre será o exemplo a ser seguido:


" Bem aventurados os pacificadores, por que eles serão chamados filhos de Deus" Mateus 05 - versículo 09


Com muito carinho!

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A Conduta esperada de um médium de Umbanda!


Se somos pessoas religiosas, ou seja, se temos uma religião, espera-se

de nós atitudes de acordo com esta condição. Em função disto já que

sou umbandista, falo de minha religião e sobre o que é esperado de

seus praticantes.

Muitos falam apenas na conduta esperada no médium antes e durante as

sessões ou giras, mas quase nada se fala do depois da gira e

normalmente o que é falado é sobre o imediatamente após a gira ou no

máximo 24 horas após o término da sessão. Não podemos e nem devemos

ser umbandistas durante as 48 horas que giram em torno de uma sessão,

mas sim 24 horas por dia e 7 dias por semana. Mas isso é no sentido da

conduta no nosso dia-a-dia.

O quanto nos preocupa a caridade, o amor, a fraternidade e o respeito

pelo próximo, o quanto disto tudo faz parte de nossos corações e

mentes, verdadeiramente. Não adianta de absolutamente nada: banhos,

defumadores, deveres preparatórios para as sessões, se quando a mesma

termina, trocamos nossa roupa e esquecemos todas as palavras e

orientações recebidas durante a sessão, saímos do centro achando que

nossa missão e papel terminaram ali e conseqüentemente não aplicamos o

nosso aprendizado.

A Umbanda é extremamente prática e nós temos obrigação de executarmos

essa praticidade. Como? Tendo uma conduta compatível com a nossa

religiosidade dentro e fora do terreiro. As defesas de um terreiro não

serão abaladas pela conduta inconseqüente de alguns médiuns, mas as

defesas do médium sim. Daí advém problemas que alguns médiuns passam e

ainda têm a coragem de afirmar que "tomou o banho" direitinho, que

firmou o Anjo da Guarda direitinho, etc... etc. Ou ainda, o que

considero pior: dizem que não merecem isso ou aquilo e que os

protetores deles têm a obrigação de resolver!! Desculpas! Meras e

tolas desculpas, que servem apenas para ajudar a mascarar a verdade.

E qual é a verdade que estou me referindo? A verdade que alguns

médiuns e dirigentes acreditam que deveres e oferendas substituem

conduta moral correta, honestidade de propósitos, caridade e humildade!

Não! Em absoluto não! Não há banho, trabalho, preparo, oferenda que

substituam um coração nobre, caridoso, honesto e sincero!

Para que os preceitos de Umbanda surtam efeito é fundamental

a coerência entre o que está sendo feito e quem está fazendo ou recebendo.

Urge que nos tornemos aparelhos melhores. Preocupe-se menos com

oferendas e mais com a conduta moral. Aprenda primeiro a “oferendar-se”,

pois como disse o Caboclo Pery na mensagem Oferendas Para Orixás,

somos a melhor oferenda que podemos dar aos nossos guias

e mentores, mas eu digo, que precisamos ser dignos de sermos oferendados.

Lembre-se: somos os únicos responsáveis pelas companhias invisíveis

que atraímos e mantemos. Cabe a cada um de nós respeitarmos a Umbanda

através de atos nobres, corretos e coerentes para com ela dentro e

fora do terreiro, pois não agindo assim, tornamo-nos os piores

ofensores de nossa própria religião, e para cada um de nós existe uma

conduta esperada coerente com o fato de sermos umbandistas, e a

intolerância e a vaidade não fazem parte dela.

RECOMENDAÇÕES AO MÉDIUM




É Recomendável ao Médium Umbandista

. Pelo menos 24 horas antes do horário marcado para início da sessão, evitar: alimentação a base de carne animal, bebidas alcoólicas, sexo, pensamentos, palavras e atos vulgares ou mundanos.

.Tomar um banho de ervas específicas de acordo com a sessão que será realizada.

.Ao entrar no terreiro esquecer os problemas, dificuldades ou brigas que estejam atormentando o seu pensamento.

.Procurar fazer meditação e exercícios de respiração.

.E principalmente estar consciente de que o trabalho ou desenvolvimento que tem a realizar é o cumprimento de uma missão espiritual sua e de suas entidades. Ninguém pode fazer por você.

.Confiar na proteção, orientação e benção dos Orixás, abrindo o pensamento e o coração para receber as boas vibrações.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Livrando-se dos "encostos"...


Por vezes, o pior "encosto" é o encarnado que está ao nosso lado, ao qual não nos afastamos por interesses egoísticos os mais diversos. Esquecemos facilmente que somos os ùnicos responsáveis pela nossa felicidade ou infelicidade, aqui com os "vivos" ou do lado de lá com os "mortos". Um dia responderemos a um juiz implacável - nossa consciência imortal.


Muitas criaturas freqüentam os centros espíritas apenas para se livrarem do "encosto" de espíritos atrasados, que lhes tolhem a liberdade de ação e as impedem até de gozar os prazeres mais comuns. Elas se queixam de perseguições invisíveis de "velhos adversários" do passado, mas ignoram que, às vezes, se trata de uma providência salutar adotada pelos seus próprios guias, no sentido de preservá-las de maiores prejuízos. Os espíritos inferiores em serviço voluntário e sob o comando dos seus mentores, praticam os seus "encostos" aplicando fluidos opressivos ou incômodos, que funcionam à guisa de um "freio moderador" sobre os encarnados. Não se trata de qualquer processo obsessivo, mas apenas de uma interferência compulsória sobre os homens imprudentes, que tem como objetivo reduzir suas atividades nocivas.

Subjugados pela carga dos fluidos entorpecentes dos espíritos inferiores, as criaturas deixam de comparecer a aventura extraconjugal censurável, faltam à jogatina viciosa e evitam os ambientes prostituídos onde domina o tóxico alcoólico. Elas sentem-se desanimadas, febris e buscam o leito de repouso, completamente indispostas ou impossibilitadas para acompanhar as libações dos companheiros. É óbvio que nem sempre o "encosto" é recurso providenciado pelos guias em favor dos seus tutelados, pois também pode ser fruto do processo obsessivo comandado pelos espíritos "das sombras". Mas, em ambos os casos, os fluidos incômodos ou agressivos desaparecem na sua ação indesejável, assim que as vítimas acertam sua "bússola espiritual" a objetivos sadios e benfeitores.

Também não importa o prestígio, a responsabilidade ou a cultura do homem do mundo, pois tanto enferma entre lençóis confortáveis o rico e feliz, quanto o pobre, entre os trapos da cama tosca. Até os anjos podem usar de métodos ríspidos, mas de proveito espiritual, assim como os pais severos, ante o filho rebelde que não atende aos seus conselhos, resolvem, adotar providências mais rigorosas e eficazes. Esses recursos drásticos e violentos, embora criticáveis em sua aparência, muitas vezes evitam que os encarnados ingressem na senda criminosa que poderia atirá-los no cárcere, impede-os da aventura que lhes macularia o nome benquisto, evita-lhes a união ilícita com a mulher prostituta ou afasta-os do negócio desonesto e de agravo contra terceiros.

O saneamento, portanto, não se refere propriamente ao corpo transitório mas, em particular, ao espírito eterno, isto é, ao cidadão sideral. Atinge o homem rico, formoso e culto, assim como a criatura ignorante e coberta de andrajos.

domingo, 20 de novembro de 2011

PERGUNTAS E RESPOSTAS PARA MÈDIUNS INCIANTES




1 – Como funciona a mediunidade consciente?



O médium capta o fluxo mental do Espírito, gerando idéias e sensações, como se houvesse a intromissão de outra mente em sua intimidade; como se estivesse a conversar com alguém, dentro de si mesmo.



02 – Ouve uma voz?



Seria fácil, mas não é bem assim. Idéias surgem, misturando-se com as suas, como se fossem dele próprio.



03 – Parece complicado…



E é, sem dúvida, principalmente para médiuns iniciantes, que não distinguem o que é deles e o que é do Espírito. Muitos abandonam a prática mediúnica, em face dessa incerteza, que é perturbadora.



04 – Como resolver esse problema?



É preciso confiar e dar vazão às idéias que lhe vêm à cabeça, ainda que pareçam embaralhadas, em princípio. Geralmente a mediunidade é desenvolvida a partir da manifestação de Espíritos sofredores, o que é mais simples. Não exige maior concatenação de idéias ou esforço de raciocínio. Cumpre-lhe, em princípio, apenas exprimir as sensações e sentimentos que o Espírito lhe passa.



05 – Qual o conselho para o médium que enfrenta esse impasse?



Sentindo crescer dentro de si o fluxo de sensações e pensamentos, que tomam corpo independente de sua vontade, comece a falar, sem preocupar-se em saber se é seu ou do Espírito. A partir daí o fluxo irá se ajustando. É como o motorista inexperiente na direção de um automóvel. Em princípio há solavancos, mas logo se ajusta.



06 – O que pode ser feito para ajudar o médium iniciante?



A participação dos irmãos do Terreiro é importante. O médium, nessa situação inicial, fica fragilizado. Sente-se vulnerável e constrangido. Qualquer hostilidade ou pensamento crítico dos irmãos, revelando desconhecimento do processo, poderá afetá-lo.



07 – Seria razoável aplicar passes no médium iniciante, em dificuldade para iniciar a manifestação?



O passe pode ajudar, mas devemos ser econômicos na sua utilização, a fim de evitar condicionamentos. Há médiuns que esperam pela intervenção do Pai, Mãe ou irmão no Santo, aplicando-lhes passes, a fim de iniciar seu trabalho.



08 – As manifestações de médiuns iniciantes são, não raro, repetitivas. Como devem agir o Pai ou Mãe e Irmãos no Santo no Terreiro?



Cultivar a compreensão e a boa vontade, considerando que o animismo, a intervenção do próprio médium, é expressivo nessa etapa do desenvolvimento. Aos poucos ele irá se ajustando, aprendendo a distinguir melhor entre suas idéias e as do Espírito.




09 – Vemos, com freqüência, médiuns dotados de razoáveis faculdades mediúnicas desistirem do compromisso. Há algum prejuízo?



A sensibilidade mediúnica não funciona apenas nas Giras. Está sempre presente. É na prática mediúnica, com os estudos e disciplinas que lhe são inerentes, que o médium garante recursos para manter o próprio equilíbrio. Afastado, pode cair em perturbações e desajustes.



10 – É um castigo?



Não se trata disso. O problema está na própria sensibilidade que, não controlada pelo exercício, situa o médium à mercê de influências negativas, nos ambientes em que circule, e de entidades perturbadas que se aproximam.




11 – Mas esse problema não está presente na vida de todos nós? Não vivemos rodeados de Espíritos perturbados e perturbadores?



Sim, e bem sabemos quantos problemas são decorrentes dessa situação, por total ignorância das pessoas em relação ao assunto. No médium afastado da prática mediúnica é mais sério, porquanto, em face de sua sensibilidade, ele sofre um impacto maior, com repercussões negativas em seu psiquismo.



12 – E se o médium, não obstante afastado da prática mediúnica, for uma pessoa de boa índole, caridosa, afável, bem sintonizada?



Com semelhante comportamento poderá manter relativa estabilidade, mas é preciso considerar que a mediunidade não é um acidente biológico. Ninguém nasce médium por acaso. Há compromissos que lhe são inerentes.



13 – O médium vem programado para essa tarefa…



Sim. Trata-se de um compromisso assumido na espiritualidade. Há um investimento no candidato à mediunidade, relacionado com estudos, planejamento, adequação do corpo. Tudo isso envolve diligentes cuidados dos mentores espirituais. Imaginemos uma empresa investindo na preparação de um funcionário para determinada função. Depois de tudo, será razoável ele dizer que não está interessado?



14- Mas não é contraproducente o médium participar de trabalhos mediúnicos como quem cumpre uma obrigação ou um contrato preestabelecido, temendo sanções?



As sanções serão de sua própria consciência, que lhe cobrará, mais cedo ou mais tarde, pela omissão. Para evitar essa situação é que os médiuns devem estudar a Doutrina, participando de estudos e lendo a respeito da mediunidade, a Doutrina Espírita é a melhor opção para conhecer sobre a mediunidade, mas esta deve ser direcionada pelo Pai ou Mãe no Santo, assim estará assimilando conhecimento e podendo debater a respeito.



15 – E se há impedimentos ponderáveis? Filhos a cuidar, cônjuge difícil, profissão, saúde…



Eventualmente isso pode acontecer, por algum tempo. O problema maior, entretanto, está no próprio médium que, geralmente, tenta justificar a sua omissão. Altamente improvável que a espiritualidade lhe outorgasse a mediunidade, sem dar-lhe condições para exercê-la.



16 – E quando a participação do médium gera conturbações no lar, a partir de um posicionamento intransigente do consorte?



Lamentável o casamento em que marido ou mulher pretende criar embaraços à atividade religiosa do cônjuge. É inconcebível! Onde ficam o diálogo, a compreensão, o respeito às convicções alheias? De qualquer forma, embora tal situação possa justificar a ausência do médium, não o eximirá dos problemas inerentes à mediunidade não exercitada.



17 – É difícil encontrar pessoas que guardam perfeita estabilidade emocional e física. Tem algo a ver com a sensibilidade mediúnica?



Tem tudo a ver. Vivemos mergulhados num oceano de vibrações mentais, emitidas por Espíritos encarnados e desencarnados. Assim como podemos ser contaminados por vírus e bactérias, também sofremos contaminações espirituais que geram alterações em nossos estados de ânimo.



18 – Isso explica por que as pessoas tendem a ficar deprimidas num velório e felizes num casamento?



Sem dúvida. O ambiente e as situações exercem grande influência. Lembro-me da morte de Aírton Senna. Provocou imensa comoção popular, até naqueles que não acompanhavam suas proezas no automobilismo. A emoção se expande e pode envolver multidões.



19 – Explica, também, as atrocidades cometidas por soldados, numa guerra?



A guerra produz lamentáveis epidemias de maldade, em face de nossa inferioridade. A crueldade tem livre acesso em corações ainda dominados pelos impulsos instintivos da animalidade. Propaga-se com a rapidez de um rastilho de pólvora.



20 – No lar parece acontecer algo semelhante, quando as pessoas perdem o controle e se agridem com gritos e palavrões, descendo não raro à agressão física…



Em nenhum outro lugar demonstramos com maior propriedade nossa inferioridade. No lar rompe-se o verniz social. As pessoas mostram o que são. Como não há santos na Terra, conturba-se o ambiente, favorecendo contaminações de agressividade, que envolvem os membros da casa.



21 – Como evitar isso?



É preciso desenvolver e fortalecer defesas espirituais, elevando nosso padrão vibratório, sintonizando numa freqüência que nos coloque acima das perturbações do ambiente.



22 – Como funciona essa questão da sintonia?



Tomemos, por exemplo, as ondas hertzianas, nas transmissões radiofônicas. Elas se expandem dentro de freqüência específica. Para ouvir determinada emissora giramos o dial e a sintonizamos. Nossa mente é um poderoso emissor e receptor de vibrações e tendemos a sintonizar com multidões que se afinam mentalmente conosco.



23 – Que providências devemos tomar para uma sintonia saudável?



Consideremos, em princípio, que ela é determinada pela natureza de nossos pensamentos. Lembrando o velho ditado “dize-me com quem andas e te direi quem és “, podemos afirmar “dize-me a natureza de teus pensamentos e te direi que influências irás assimilar”.



24 – Isso significa que equilíbrio e desequilíbrio, paz ou inquietação, alegria ou tristeza, agressividade ou mansuetude, dependem, essencialmente, de nós?



Exatamente. Embora nossos problemas físicos e psíquicos possam ser amplificados por influências ambientes, a origem deles está em nossa maneira de pensar e agir. Se quisermos o Bem em nossa vida, é fundamental que pensemos e realizemos o Bem.



25 – Que livros você indicaria para um iniciante?



É preciso levar em consideração a cultura e a familiaridade da pessoa com a literatura. Se for alguém habituado, com facilidade de concentração, deve ler, inicialmente, O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns e O Evangelho Segundo o Espiritismo. Nessas três obras de Allan Kardec, temos, na mesma ordem, o tríplice aspecto do Espiritismo: Filosofia, Ciência e Religião, estes nasceram não para a Religião Espiritismo e sim para todos que crêem na existência dos espíritos, mas para aceitação inicial da espiritualidade e conhecimento especifico dentro da Umbanda, cabe ao iniciante conhecer Tambores de Angola, Aruanda de Robson Pinheiros, nos dá uma noção da Umbanda no Astral Superior, não esquecendo de forma alguma informar ao seu Pai ou Mãe no Santo, sobre seus estudos, pois este estará disposto a lhe responder futuras dúvidas a respeito de seu estudo, infelizmente a Umbanda ainda não existe um livro que possamos pegá-lo como base de estudo para todos, pois a verdade dos Terreiros de Umbanda é que cada Casa atribui sua Doutrina e esta deve ser respeitada pelo iniciante, damos sempre como base a Doutrina Espírita, pois a mesma nasceu para ensinar a todos sobre a Espiritualidade.



26 – O que é o animismo?



Na prática mediúnica é algo da alma do próprio médium, interferindo no intercâmbio. Kardec empregou o termo sonambulismo, explicando, em Obras Póstumas, quando trata da manifestação dos Espíritos, item 46: O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito; sua própria alma é que, em momentos de emancipação, vê, ouve e percebe além dos limites dos sentidos. O que ele exprime, haure-o de si mesmo…



27 – O animismo está sempre presente nas manifestações?



O médium não é um telefone. Ele capta o fluxo mental da entidade e o transmite, utilizando-se de seus próprios recursos. Sempre haverá algo dele mesmo, principalmente se for iniciante, com dificuldade para distinguir entre o que é seu e o que vem do Espírito.



28 – Existe um percentual envolvendo o animismo na comunicação? Digamos, algo como quarenta por cento do médium e sessenta por cento do Espírito?



Se o animismo faz parte do processo mediúnico, sempre haverá um porcentual a ser considerado, não fixo, mas variável, envolvendo o grau de desenvolvimento do médium. Geralmente os iniciantes colocam mais de si mesmos na comunicação. Quando experientes, tendem a interferir menos.



29 – Pode ocorrer uma manifestação essencialmente anímica, sem que o próprio médium perceba?



É comum acontecer, quando está sob tensão nervosa, em dificuldade para lidar com determinados problemas de ordem particular. As emoções tendem a interferir e ele acaba transmitindo algo de suas próprias angústias, em suposta manifestação.



30 – Seria uma mistificação?



Não, porque não há intencionalidade. O médium não está tentando enganar ninguém. É vítima de seus próprios desajustes e nem mesmo tem consciência do que está acontecendo.



31 – E o que deve fazer o Pai/Mãe no Santo quando percebe que um Filho no Santo está entrando nessa faixa?



É preciso cuidado. O Pai/Mãe no Santo menos avisado pode enxergar animismo onde não existe. Se a experiência lhe disser que realmente está acontecendo, deve conversar com o médium, em particular, saber de seus problemas e encaminhá-lo às giras de desenvolvimento e ou tratamento espiritual. Toda a atenção dos Pais/Mães no Santo devem ser direcionada a este Filho e estar atento a esta mediunidade, é comum percebermos que pela ignorância (do saber) é mais fácil deixá-lo de lado, ou ainda excluí-lo do corpo mediúnico, muitas das vezes estes são execrados dos Terreiros, não por ser um animista e sim pelo desconhecimento do Pai/Mãe no Santo sobre o assunto. Se persistir o problema, o médium deve ser orientado a participar das giras como suporte, auxiliando nos trabalhos.



32 – Quando é que o Pai/Mãe no Santo deve preocupar-se com o animismo?



Quando ocorre a manifestação de um espírito que se diz orientador. É preciso passar o que diz pelo crivo da razão, distinguindo não apenas um possível animismo, mas, também, uma mistificação do Espírito comunicante.



33 – O médium que se sinta enfermo deve resguardar-se, deixando de comparecer à gira?



Depende do tipo de problema que esteja enfrentando. Se fortemente gripado, febril, é conveniente que se ausente, resguardando também os irmãos, que podem contrair seu mal. Mas há sintomas físicos e psíquicos que apenas revelam a proximidade de Espírito sofredor, não raro trazido pelos mentores espirituais para um contato inicial, a favorecer a manifestação.



34 – Nesse caso, mesmo não se sentindo bem, o médium deve comparecer?



Sim, porque o que está sentindo é parte de seu trabalho, exprimindo as angústias e sensações do Espírito, relacionadas com a doença ou os problemas que enfrentou na vida física.



35 – Isso significa que uma dor na perna, por exemplo, pode ter origem espiritual?



É comum. Acontece principalmente com o médium que tem sensibilidade mais dilatada. Ao transmitir a manifestação de um Espírito que desencarnou por problema circulatório, cuja perna gangrenou, tenderá a sentir dor semelhante, não raro antes da reunião, devido à aproximação da entidade.



36 – Ocorre o mesmo em relação às emoções?



É freqüente. Sintonizado com o Espírito, o médium capta o que vai em seu íntimo. Se a entidade sente-se atormentada, aflita, tensa, nervosa ou angustiada, experimentará algo dessas emoções.



37 – E se o médium, imaginando que esses sintomas físicos e emocionais estão relacionados com seus próprios problemas, decide não comparecer à reunião?



Se alguém nos confia um doente para levá-lo ao hospital, e decidimos instalá-lo em nossa casa, assumiremos o ônus de cuidar dele. Certamente nos dará muito trabalho, principalmente se for um doente mental.



38 – É possível que essa ligação com entidades perturbadas ocorra independentemente da iniciativa dos mentores espirituais?



É o que mais acontece. Vivemos rodeados por Espíritos destrambelhados, sem nenhuma noção da vida espiritual, que se agarram aos homens, como náufragos numa tábua de salvação. Nem é necessário ter mediunidade ostensiva. Todos estamos sujeitos a sofrer essa influência.



39 – Digamos que o médium receba influência dessa natureza na segunda-feira e só comparecerá ao Terreiro no sábado. Sofrerá durante a semana toda?



Com a experiência e a dedicação ao estudo ele aprenderá a lidar com esse problema, cultivando a oração e dialogando intimamente com a entidade que, com o concurso de mentores espirituais, será amparada.



40 – Devemos informar a esse respeito pessoas que procuram o Terreiro, perturbadas por tais aproximações?



É preciso cuidado. Pessoas suscetíveis, que guardam idéias equivocadas, relacionadas com influências demoníacas, podem apavorar-se. Nunca mais porão os pés no Terreiro.

"A conduta do médium"


Com relação a conduta dos médiuns para com as entidades, a Umbanda tem por norma seguir os seguintes tópicos:



O médium de verdade deve ter em mente que na Aruanda todos são iguais (se há diferenças na hierarquia é porque os que chefiam, são as que mais trabalham e menos falam...). Isto quer dizer que os médiuns não devem sequer pensar que sua entidade é melhor do que seu irmão, as entidades de Aruanda preferem que seus filhos falem menos e trabalhem mais pelo seu próximo.

Não há necessidade de "chamar" seu protetor em qualquer hora ou lugar, principalmente evite falar de sua mediunidade em bares ou na rua. As coisas da espiritualidade devem ser discutidas na tranquilidade, e com pessoas que queiram falar do assunto.



Nunca fale mentiras ou cometa erros em nome da sua entidade, pois nenhuma entidade de Umbanda acoberta isto ou aquilo dos seus cavalos.



Se alguém precisar de ajuda e você precisar ir até a residência desta pessoa, procure não incorporar, apenas peça orientação e guarda do seu mentor, com certeza ele estenderá sua proteção e devida instrução ao consulente.



Não é em todo lugar que os nossos protetores "baixam", nem todo lugar é sagrado e num ambiente pesado, não há a mínima vibratória para sua atuação.



Nunca desobedeça as ordens da sua entidade, nunca queira fazer algo que você acha que ela faria. Espere sua orientação, por exemplo, não encha seu pescoço pensando que seu protetor parecerá "forte" aos olhos do consulente. A VERDADEIRA FORÇA ESTÁ EM SER HUMILDE E HONESTO, tenha certeza que sentirá seu protetor com maior intensidade.

MEDIUNIDADE DIGNA



A mediunidade digna jamais se coloca a serviço de puerilidades e fantasias descabidas,
fomentando fascinação e desequilíbrio, provocando impactos e alienando os seus
aficionados...
Não se oferece para finalidades condenáveis, nem se torna móvel de excogitações
inferiores, favorecendo uns em detrimento de outros.
Corrige a óptica da tua colocação a respeito da mediunidade.
Sê simples e natural no desempenho do teu compromisso mediúnico.
Evita revelações estapafúrdias, que induzem a estados patológicos e conduzem a
situações ridículas.
Poupa-te à tarefa das notícias e informações deprimentes, desvelando acontecimentos
que te não dizem respeito e apontando Entidades infelizes como causa dos transtornos
daqueles que te buscam.
Sê comedido no falar, no agir, no auxiliar.
Reconhece a própria insipiência e dependência que te constituem realidade evolutiva,
sem procurar parecer missionário, que não és, nem tampouco privilegiado, que saber estar
longe dessa injusta condição em relação aos teus irmãos.
Não usa das tuas faculdades mediúnicas para ampliar o círculo das amizades, senão
para o serviço ao próximo, indistintamente.
Jesus, jamais se descurou, mantendo a mesma nobre atitude diante dos poderosos do
mundo quanto dos necessitados, dos doutos como dos incultos, dos ataviados pela ilusão,
assim como diante dos simples, ensinando, amando e servindo sem cessar.
Joanna de Angelis

MENSAGEM AOS UMBANDISTAS


“Toda árvore que Meu Pai não plantou será cortada pela raiz, o machado já está posto à raiz das
árvores, e toda árvore que não der bons frutos será cortada e lançada ao fogo.”
(S. Mateus, cap. III, vv. 7 a 10)

Umbanda! Arvore frondosa de luz! Tua raiz cresceu do amor de Oxalá! Tua lei é caridade, teu
poder descansa na humildade dos caboclos e na sabedoria dos anciões, nossos Mestres Ancestrais da
antiga tradição esotérica.
Repousa no silêncio dos corações de luz, guarnecida por portentosas Entidades Guardiãs! ue
tua missão ainda não se confirmou junto aos filhos de pemba, dos simples de coração....
Trás por verbo uma cascata de luz, dos páramos de Aruanda, água bendita do espírito, cristalina
de virtudes á dessedentar o deserto das aflições humanas!
Aproximam-se os tempos em que Sua Sagrada Face será revelada á quem tem os olhos de ver
e os ouvidos de ouvir! Porque trazes em teu manto inconsútil de verdade a transparência deste amor
que nivela todos os filhos de Deus.
Todas estas verrugas, brotadas em teu corpo serão curadas para que permaneça somente
aquilo que é da tua natureza inconspurcável, e através dos Prepostos de Cristo Jesus tua verdade seja
restaurada.
O calendário assinalava 15 de Novembro de 1908 daquele dia inesquecível, apesar do espírito
estar consciente de sua missão, a fragilidade do homem encarnado se debruçava na fé deste Mistério
Sagrado, que tudo penetra para fazer valer a Sua Lei, e nela confia por atributo de humildade e por uma
ausência de sabedoria.
Como dizem os Evangelhos, Deus dá Sua Luz aos humildes e á nega aos soberbos...
Nesta grandiosa engrenagem da Lei Divina, somos a peça mais insignificante, por que se não
cumprirmos fielmente a nossa parte outro por certo haverá de vir e tomar o nosso lugar, por isso o
discernimento, a boa vontade, o desprendimento, a humildade e a tolerância devem estar acima de toda
razão cega que nasce de uma fé ociosa, de improfícua contemplação.
Umbanda não é mistério, é caridade! Umbanda é estudo, mas acima de tudo é amor!
E foi por ouvir o gemido sufocado de milhões de criaturas e corações anônimos abraçados á dor
de seus problemas e aflições, que Jesus, em Sua Infinita Misericórdia enviou á terra O Caboclo das
Sete Encruzilhadas, para fazer refletir novamente junto aos homens a humildade singela de Seu Imenso
Poder.
O Evangelho de Jesus trazido á humanidade através do benemérito espírito do professor Rivail
não foi muito compreendido entre as classes elitizadas que promoviam um espiritismo exclusivista á
época.
E dos morros da cidade do Rio de Janeiro, como em qualquer morro de periferia do mundo,
onde se desenvolvem a vida urbana desorganizadamente, forçados pela pobreza e pela miséria,
ouviram-se as preces e as lágrimas dos excluídos, dos parias da redenção planetária, que até ao
Sagrado Coração do Cristo se elevaram, para receberem a resposta de suas preces através de um
frágil menino de 17 anos, nascido na cidade de São Gonçalo,e que viria a ser o marco do renascimento
da Umbanda nas terras do Cruzeiro do Sul.

Organizaram-se então, nos céus do Brasil, terra da promissão, para onde Jesus em Sua
Misericordiosa esperança, fez transplantar a árvore bendita de Seu Evangelho redentor, um poderoso
exército de Entidades abnegadas, espíritos libertos de carmas e com muita sabedoria, foram
convocados para trabalhar em favor da Nova Ordem Mundial.
O Imaculado Coração de Maria Santíssima não se fez esperar para oferecer em Seu manto de
amor, junto com os Prepostos de Seu Filho Imortal, a Sua contribuição dadivosa, inaugurando a
umbanda através da Tenda Nossa Senhora da Piedade.
Oh! Irmãos queridos! Abençoados irmãos que renasceram nesta terra de tantas sementes
espirituais! Ainda me emociono ao recordar o crepúsculo daqueles idos anos de 1908! A nossa
mesquinhez e a nossa presunção atrapalha a visão do espírito que somente quer enxergar a verdade!
O orgulho e a pretensão, travestidos com a mortalha da falsa modéstia, perturba a intuição que
do Alto desce em pétalas de luz, para iluminar os pensamentos e realizar as obras de caridade.
Oh, Umbanda! Teu nome também é simplicidade! Nunca tive a intenção nem o pensamento de
fundar uma nova religião, nem qualquer nova interpretação das Leis Sagradas ou dos Mistérios
Sagrados.
Apenas me pediram, para arregaçar as mangas e estender as mãos! E que fizesse isso de boa
vontade, por amor aos meus irmãos de caminhada, a fim de que meus próprios problemas se
superassem através da dedicação sincera em favor das aflições anônimas, de maneira simples,
despojado do ego e da vaidade das apresentações mirabolantes.
A Umbanda não nasceu para dar espetáculos circenses! A missão da Umbanda não é realizar
milagres, mas esclarecer as consciências!
E o esclarecimento da mentalidade das massas é a maior caridade que se pode realizar, pois
como os homens serão verdadeiramente felizes quando, ao compreenderem os ensinamentos de
Jesus, colocarem em prática a imutável Lei do Amor Universal em sua vidas!
A Grande Senhora da Face Velada descortinará seu Véu de Mistério quando os seus filhos,
compreendendo verdadeiramente a sua missão, perseverarem na humildade e na simplicidade, dois
pilares mestres de sua grandiosa obra redentora.
E quem quiser compreender-lhe os desígnios mais altos, e a presciência que rege suas Leis,
terá que se aproximar pelo amor aos irmãos sofredores, pois está neles a chave da compreensão de
todos os mistérios de Deus.
Sarava Umbanda!
Salve meu Irmão das Sete Encruzilhadas!
Salve o Sagrado Coração de Jesus e o Imaculado Coração de Maria Santíssima!
Um irmão de Caridade.
Mensagem do dia 17/11/2007

MIRONGA DE NEGA VÉIA



Aqui vão algumas mirongas que essa nega véia tem a ensinar para resolver as dificuldades do
coração. Leia tudo com muita atenção e principalmente, aplique isso no seu dia-dia. Grande é
a força dessas pequenas dicas…
1 – Aprenda a viver sozinho. Caso você não consiga nem viver consigo mesmo, como poderá
levar felicidade e alegria para outra pessoa? Primeiro relacione-se com seu eu interior. Depois
busque alguém.
2 – Assuma a responsabilidade pelo seu relacionamento. Não é magia, inveja, ciúmes de
terceiros, etc, que irá separar aquilo que o amor uniu.
3 – É claro que também nenhuma simpatia, reza ou trabalho irá unir ou "amarrar" aquilo que a
falta de carinho desuniu.
4 – Simplificando: quem procura as coisas ocultas para resolver problemas sentimentais é
imaturo. Ruim do juízo e doente do coração.
5 – Desapegue-se! Ser humano é um bicho apegado. O único problema é: o amor é um
sentimento livre. Um eterno querer bem. Um carinho incondicional. Quase um sentimento de
devoção. Se você "gosta" tanto de alguém, que prefere ele "morto" do que feliz com outra
pessoa, escute: Isso não é amor! Simples ilusão disfarçada…
6 – Aprenda que ninguém irá te completar. Você já é completo! Mas quando um
relacionamento é calcado no mais puro amor, muito do amado vive no amante, e muito do
amante pra sempre viverá no amado. Quer milagre maior que esse?
7 – Melhor sozinho do que mal acompanhado! Sabedoria popular, mas o que têm de doutor e
doutora que não consegue entender isso.
8 – Ponha o pé no chão e esqueça essa história de alma gêmea. Pare de enfeitar suas
próprias desilusões com devaneios ditos espiritualistas. Encare a realidade de frente.
9 – A vida vai passando, com ele/a, ou sem ele/a. E a morte se aproximando…
10 – Por isso, vão viver a vida meus filhos! Quem sabe ela não está guardando um presente
para vocês? Não existe mironga maior que essa…
Texto extraído da internet

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Desenvolvimento mediúnico na Umbanda - José Severino


Pergunta: O pai pode nos falar um pouco a respeito do desenvolvimento mediúnico na Umbanda?
Notamos que muitos médiuns adentram o terreiro sendo girados e logo são conduzidos para a sessão de atendimento após haver a incorporação isso é correto?
José Severino: Filho, o desenvolvimento mediúnico na Umbanda dever ser feito a custa de estudo e bom senso antes de mais nada. Abordamos isso logo no início desta respostas, pois é o que mais encontramos em meio as médiuns sejam homens ou mulheres que tentam ingressar na Umbanda nos dias de hoje, mais movidos por um sensacionalismo e ilusão do que por amor a religião, pois quem ama faz direito filho, pois faz mais com o coração.
Notamos ainda nos dias de hoje médiuns sendo girados dentro dos terreiros para manifestarem sua mediunidade, ato totalmente reprovável, pois o mesmo faz com o que o duplo etéreo do médium se desloque alguns centímetros ao lado de seu corpo, permitindo assim que o corpo mental capte a energia reinante no ambiente, salientando que em certos lugares encontramos espíritos levianos se fazendo passar por pais e mães velhos, exus de lei e diversas outras entidades que compõem o grupo de espíritos comprometidos com a lei de Umbanda e neste ambiente desregrado, onde falta estudo acima de tudo se manifestam nesta ação iniciando-se processos de obsessão por fascinação que irão com o passar do tempo para casos mais complexos.
Quando promovemos os estudos da mediunidade em uma casa, em grupo de médiuns é estimulado o lado do conhecer a si próprio e ver o quanto o mesmo se trai com as ilusões disfarçadas nos atendimentos mediúnicos, pois notamos que a maioria dos colaboradores de um terreiro não querem varrer chão, limpar o banheiro ou serem cambonos, mas sim, movidos por esta ilusão desejam o ato da incorporação esquecendo-se que toda atividade que envolve um terreiro é viável e tem seu valor junto aos que frequentam o mesmo.
Nos estudos mediúnicos devem os médiuns primeiros compreenderem a responsabilidade que os espera, promover sua reforma intima, sua postura doutrinária e acima de tudo ligarem seus espíritos e propósitos mundanos com os propósitos de Deus. O que surge com o tempo dentro do fenômeno incorporativo é o resultado desta busca e isso não ocorre da noite para o dia.
Acreditamos que em futuro não tão distante estas casas que ainda hoje recorrem a estas práticas antiquadas em sem surtir efeito inteligente, mudem suas posturas doutrinárias, pois a maioria dos médiuns de hoje se voltam para o interesse de estudas a Umbanda e compreende-la separando o que é fundamento energético e ilusão temporária.
Para finalizar lembramos as palavras de um ponto de umbanda:
“Umbanda tem fundamento, é preciso preparar”
Preparo filho, não vem da noite para o dia, mas sim com o tempo e ainda vale rememorar: “Trabalhador pronto o trabalho aparece...”

BAIANO JOSÉ SEVERINO
Canalizado por GÉRO MAITA

COMO DEVEMOS OFERENDAR NOSSOS ORIXAS?



Chegamos a mais um final de ano e no rito Umbandista as praias são tomadas por diversas tendas, centros ou terreiros de Umbanda num espetáculo de fé e amor a Mãe das águas salgadas YEMANJÁ.

Infelizmente nos dias de hoje com tanta informação sobre meio ambiente e pela necessidade de preservarmos o mesmo, encontramos logo após os festejos a Mãe Yemanjá as praias tomadas por um acumulo de lixo com sacos plásticos, garrafas, espinhos e demais elementos utilizados como ofertatório a um dos Orixas mais festejados a céu aberto no ritual umbandista.

Mas nos questionamos:

Se hoje lutamos dentro da Umbanda por um estudo teológico e doutrinário.
Por respeito de lideranças religiosas aos cultos sagrados praticamos na fé Umbandista

Pela separação do que é religião Umbandista e ditos "Pais e Mães de postes" e pelo atendimento raciocinado nos terreiro, por ainda não damos tanto valor preservação dos pontos de forças dos Sagrados Orixas?

É comum vermos não só em praias, mas em cachoeiras, estradas, pedreiras e demais pontos de forças dos Orixas uma verdadeira sujeira logo após os ritos ofertatórios aos mesmos.
Consciência religiosa vem também de dentro para fora do terreiro me se cada um fazer sua parte conseguiremos mais esta vitória.

Algumas dicas de preservação e oferendas inteligentes:

Não deixe vidros cortantes, ou louças nas oferendas:
Além de serem dificeis de se decomporem na natureza, oferecem um grande risco aos que ali vão pisar depois, tanto para animais como para seres humanos, dê preferencia para elementos que se diluam rapidamente na natureza sem feri-la

Use somente as pétalas as flores: Pois além de serem rapidamente consumidas pela natureza virando humos, não corremos o risco de com os espinhos contidos em seus galhos ferirem os pés de crianças e adultos que transitem pelas praias

Cuidado aonde acende sua vela: Tenha a cautela de recolhe-la após o rito e terminar de queima-la em seu altar, é triste presenciarmos a sujeira que isso deixa em alguns lugares e o risco de incêndio que pode causar

YEMANJÁ é uma energia, uma qualidade divina, ELA NÃO COME, NÃO BEBE, NÃO USA PERFUME nem tão pouco PENTEA OS CABELOS.
Sou umbandista, respeito as oferendas, mas não podemos crer ainda que uma força da natureza PENTEIE OS CABELOS, BEBA CHAMPANHE OU COMA ALGUMA COISA, estes elementos "despachados" no mar somente poluem o mesmo, isso é mais uma atitude de consciência que devemos ter.

Sei que minhas palavras não serão compreendidas por todos, mas um culto a um Orixa dever ser repleto de amor, carinho, respeito doutrinário e fé, o elemento é mais fixador de energia vibratória do que religiosa.

E se ouvimos tanto falar que o "mundo de cá" é uma cópia do "mundo de lá", mentalize suas flores, doe seu amor incondicional a Yemanjá ou quaquer outro Orixa que isso chegará até ele de forma singela e sem agredir ao meio ambiente.

É preciso e chegado o momento de renovarmos nossos conceitos!

Rogando bênçãos a Mãe Yemanjá

Pedimos a coisa certa nas sessões mediúnicas?



Pedimos a coisa certa nas sessões mediúnicas?

O texto é um pouco extenso, mas extremamente elucidativo e nos da uma visão clara dos pedidos que ainda hoje nos deparamos em algumas sessões mediúnicas. Vale a reflexão

Descera a noite totalmente, quando penetramos estreita sala, em que um círculo de pessoas se mantinha em oração.
Várias entidades se imiscuíam ali, em meio dos companheiros encarnados, mas em lamentáveis condições, de vez que pareciam inferiores aos homens e mulheres que se faziam componentes da reunião.
Apenas o irmão Cássio, um guardião simpático e amigo, de quem o Assistente nos aproximou, demonstrava superioridade moral.
Notava-se-lhe, de imediato, a solidão espiritual, porquanto desencarnados e encarnados da assembléia não lhe percebiam a presença e, decerto, não lhe acolhiam os pensamentos.
Ante as interpelações do nosso orientador, informou, algo desencantado:
- Por enquanto, nenhum progresso, não obstante os reiterados apelos à renovação. Temos sitiado o nosso Quintino com os melhores recursos ao nosso alcance, mobilizando livros, impressos e conversações de procedência respeitável, no entanto, tudo em vão...O teimoso amigo ainda não se precatou quanto às duras responsabilidades que assume, sustentando um agrupamento desta natureza...
Àulus buscou reconfortá-lo com um gesto silencioso de compreensão e convidou-nos a observar.
Revestia-se o recinto de fluidos desagradáveis e densos.
Dois médiuns davam passividade a companheiros do nosso plano, os quais, segundo minhas primeiras impressões, jaziam convertidos em criados autênticos do grupo, assalariados talvez para serviços menos edificantes. Entidades diversas, nas mesmas condições, enxameavam em torno deles, subservientes ou metediças.
O fenômenos da psicofonia era ali geral.
Os sensitivos desdobrados se mantinham no ambiente, alimentando-se das emanações que lhes eram peculiares.
Raimundo, um dos comunicantes, sob as vistas complacentes do diretor da casa, conversa com uma senhora, cuja palavra leviana inspirava piedade.
- Raimundo – dizia - ; tenho necessidade do dinheiro que há meses vem sendo acumulado no Instituto, do qual sou credora prejudicada. Que me diz você de semelhante demora?
- Espere, minha irmã – recomendava a entidade - , trabalharemos em seu benefício.
E a palestra continuava.
- A solução é urgente. Você deve ajudar-me com ação mais expedita. Tente uma volta pelo gabinete do diretor ranzinza e desencrave o processo... Você quer o endereço das pessoas que precisamos influenciar?
- Não, não. Conheço-as e sei onde moram...
- Vejo, Raimundo, que você anda distraído. Não se interessou por meu caso, com a presteza justa.
- Não é bem assim...Tenho feito o que posso.
E enquanto a matrona baixava o tom de voz, cochichando, um cavalheiro maduro dirigia-se a Teotônio, o outro comunicante da noite, clamando, indiscreto:
- Teotônio, até quando me cabe aguardar?
A entidade, que parecia embatucar-se com a pergunta, silenciou, humilde, mas o interlocutor alongou-se, exigente:
- Vai para quatro meses que espero pela decisão favorável referente ao emprego que me foi prometido. Entretanto, até hoje!...Você não conseguiria liquidar o problema?
- Que deseja que eu faça?
- Sei que o gerente da firma é do contra. Ajude-me, inclinando-o a simpatizar-se pela boa solução de meu caso.
Nisso, outra senhora ocupou a atenção de Raimundo, solicitando:
- Meu amigo, conto com o seu valioso concurso. Sou mãe. Não me conformo em ver minha filha aceitar a proposta de um homem desbriado, para casar-se. Nossa posição em casa é das mais alarmantes. Meu marido não suporta o homem que nos persegue, e a menina revoltada tem sido para nós um tormento. Você não poderá afastar esse abutre?
Raimundo respondeu, subserviente, enquanto Quintino tomava a palavra, logo em seguida, pedindo uma prece, em conjunto, a fim de que os desencarnados se fortalecessem para corresponder à confiança do grupo, prestando-lhe os serviços solicitados.
Entendimentos e conversas continuaram entre comunicantes e clientes da casa, todavia, não mais lhes dei atenção, considerando-lhes o obscuro aspecto.
Em aflitivas circunstâncias, vira obsidiados e entidades endurecidas no mal, através de tremendos conflitos; contudo, em nenhum lugar sentia tanta compaixão como ali, vendo pessoas sadias e lúcidas a interpretarem o intercâmbio com o mundo espiritual como um sistema de criminosa exploração, com alicerces no menor esforço.
Aqueles homens e mulheres que se congregavam no recinto, com intenções tão estranhas, teriam coragem de pedir a companheiros os serviços que reclamavam dos Espíritos? Não estariam ultrajando a oração e a mediunidade para fugir aos problemas que lhes diziam respeito? Não dispunham, acaso, de veneráveis conhecimentos para mobilizar o cérebro, a língua os olhos, os ouvidos, as mãos e os pés, no aprendizado enobrecedor? Que faziam da fé? Seria justo que um trabalhador relegasse a outros a enxada que lhe cabia suportar e mover na gleba do mundo?
Áulus registrou-me as reflexões amargas, porque, generoso, deu-se pressa em reconfortar-me:
- Um estudo atual de mediunidade, mesmo rápido quanto o nosso, não seria completo se não perquiríssemos a região do psiquismo transviado, onde Espíritos preguiçosos, encarnados e desencarnados, respiram em regime de vampirização recíproca. Aliás, constituem produto natural da ignorância viciosa em todos os templos da Humanidade. Abusam da oração tanto quanto menoscabam as possibilidades e oportunidades de trabalho digno, porquanto espreitam facilidades e vantagens efêmeras para se acomodarem com a indolência, em que se lhes cristalizam os caprichos infantis.
- Mas, prosseguirão assim, indefinidamente? – perguntei.
- André, sua dúvida está fora de propósito. Você possui bastante experiência para saber que a dor é o grande ministro da Justiça Divina. Vivemos a nossa grande batalha de evolução. Quem foge ao trabalho sacrificial da frente, encontra a dor pela retaguarda. O Espírito pode confiar-se à inação, mobilizando delituosamente a vontade, contudo, lá vem um dia a tormenta, compelindo-o a agitar-se e a mover-se para entender os impositivos do progresso com mais segurança. Não adianta fugir da eternidade, porque o tempo, benfeitor do trabalho, é também o verdugo da inércia.
Hilário, que refletia, silencioso, junto de nós, inquiriu preocupado:
- Por que se entregam nossos irmãos encarnados a semelhantes práticas de menor esforço? Há tantas lições de aprimoramento espiritual, há tantos apelos à dignificação da mediunidade, nas linhas doutrinárias do Espiritismo!...Por que o desequilíbrio?
Áulus pensou alguns instantes e redargüiu:
- Hilário, é imprescindível recordar que não nos achamos diante da Doutrina do Espiritismo. Presenciamos fenômenos mediúnicos, manobrados por mentes ociosas, afeiçoadas à exploração inferior por onde passam, dignas, por isso mesmo, de nossa piedade. E não ignoramos que fenômenos mediúnicos são peculiares a todos os santuários e a todas as criaturas. Quanto à preferência de nossos amigos pela convivência com os desencarnados ainda imensamente presos ao campo sensorial da vida física, incapazes ainda de mais ampla visão das realidades do Espírito, isso é compreensível na Terra. É sempre mais fácil ao homem comum trabalhar com subalternos ou iguais, porque, servir ao lado de superiores exige boa-vontade, disciplina, correção de proceder e firme desejo de melhorar-se. Sabemos que a morte não é milagre. Cada qual desperta, depois do túmulo, na posição espiritual que procurou para si...Ora, o homem vulgar sente-se mais à solta junto das entidades que lhe lisonjeiam as paixões, estimulando-lhe os apetites, de vez que todos somos constrangidos a educar-nos, na vizinhança de companheiros evolutivos, que já aprenderam a sublimar os próprios impulsos, consagrando-se à lavoura incessante do bem.
- Mas não será isso um abuso do homem encarnado? Não será crime parasitar os desencarnados de condição inferior? – indagou Hilário.
- Isso não padece dúvida – confirmou o instrutor.
- E esse delito ficará impune?
Áulus fixou leve expressão de bom humor e respondeu:
- Não se preocupem demasiado. Quando o erro procede da ignorância bem-intencionada, a Lei prevê recursos indispensáveis ao esclarecimento justo no espaço e no tempo, porquanto a genuína caridade, sob qualquer título, é sempre venerável. Entretanto, se o abuso é deliberado, não faltará corrigenda.
Vagueou o olhar sobre o diretor da assembléia e sobre os medianeiros que incorporavam os comunicantes e acrescentou:
- Teotônio e Raimundo, tanto quanto alguns outros desencarnados da posição deles, e que aqui se aglomeram, realmente são mais vampirizados que vampirizadores. Fascinados pelas requisições de Quintino e dos médiuns que lhe prestigiam a obra infeliz, seguem-lhes os passos, como aprendizes no encalço dos mentores aos quais se devotam. Na hipótese de não se reajustarem no bem, tão logo se desencarnem o dirigente deste grupo e os instrumentos medianímicos que lhe copiam as atitudes, serão eles surpreendidos pelas entidades que escravizaram, a lhes reclamarem orientação e socorro, e, mui provavelmente, mais tarde, no grande porvir, quando responsáveis e vítimas estiverem reunidos no instituto da consangüinidade terrestre, na condição de pais e filhos, acertando contas e recompondo atitudes alcançarão pleno equilíbrio nos débitos em que se emaranharam.
Ante a nossa admiração silenciosa, o Assistente concluiu:
- Cada serviço nobre recebe o salário que lhe diz respeito e cada aventura menos digna tem o preço que lhe corresponde.
Logo após, Áulus concitou-nos a partir.
O ambiente não encorajava maior estudo e já havíamos assimilado a lição que ali poderíamos receber.
Livro: “Nos Domínios da Mediunidade” Psicografia: Francisco Candido Xavier. Pelo espírito: André Luiz.